quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Interrogações

No outro dia estava a ver Private Practice e foi abordado o tema da pedofilia.
Sei que é um tema pesado que ultrapassa claramente o âmbito dos nossos posts anteriores, mas partindo dele e abarcando todos os desvios de ordem agressiva, pergunto-me se estes serão uma disfunção da mente. Ou se serão maldade.
O que é afinal a maldade? Outra forma de percepcionar o mundo? Onde o errado não é errado?
Como explicar a um pedófilo que deseja uma criança, que esse desejo é completamente desviante e doente? Será a doença por si só uma negação de si mesma. Poderá um pedófilo percepcionar-se a si mesmo como tal?

Poderá o ser humano compreender os seus próprios erros, detectá-los? Quando o seu sistema de valores lhe permite cruzar determinadas linhas que para outros são sagradas?
Poderá o ser humano superar-se? Ser mais do que foi até à data?
Afinal, qual é a evolução que realmente importa? A minha ou da Humanidade como Inconsciente Colectivo? Como é que esta resposta me pode importar se, na realidade, eu e a Humanidade pouco partilhamos actualmente? Quando os meus valores são valores que já não vigoram, quando as minhas leis são leis que já ninguém lembra?

As perguntas permanecerão sem resposta até ao dia em que a Verdade me queimar as retinas. Até lá, interrogo-me.

2 comentários:

fs2 disse...

Infelizmente acho que as noções de certo e errado estão muito alteradas hoje em dia. Obviamente que aqui temos um exemplo extremo. Para mim é uma perturbação. Não podia estar mais de acordo.

Anónimo disse...

[tenho uma irmã mais nova. e acho este assunto relevante, pois não é fácil protege-la a toda a hora e todo o instante. talvez aqui partilhe algumas das ideias/pensamentos que tive, nada de conclusoes finais]


é uma perturbação e sim, normalmente quem pratica, estranhamente acham que estao a tomar a escolha certa.

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''pergunto-me se estes serão uma disfunção da mente. Ou se serão maldade''
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acho que é uma mistura de ambos, fs1. através da perturbação mental, o nosso corpo começa a reverberar a frequencias negativas e somos como que ''possuídos'' por todos os pensamentos negativos.
as nossas acçoes nao se tornam nossas, mas sim o necessário para chegar ao fim, para re estabelecer o equilíbrio da mente ou da alma.
o que por vezes implica matar alguem por pura curiosidade, vingança, ou simplesmente.. por dentro, sendo essa pessoa outro ou nos mesmos.

pedofilia é um amor impossivel, nao aceite pela sociedade, logo, a frustação entra em lugar. se o amor aumenta, a frustação também.
os pensamentos começam a ganhar liberdade e depois a linha entre a realidade e o imaginario começa a ceder. e já nao conseguimos distinguir o que é real e aceite pela sociedade e o que não deveria sair apenas da nossa mente, na beleza (ou não) do platonismo.
é aí que desentendidos acontecem.
e é aí que o mal se revela.
o egoísmo, se for tanto, pode levar á violação. a incapacidade de empatia, leva á cegueira.
a cegueira á solidão. a solidão ao vazio.

falo isto por experiência própria, pois quando era puto já tive um certo complexo de édipo com uma professora, mas nada por aí além. apenas pensamentos e uma paixão platónica. tudo muito puro e inocente. no mundo abstracto.


mas... no mundo físico. já lutei e já perdi controle do meu corpo completamente ao ponto de fazer ''batota'' e quase arrancar carne. se tivesse chegado mais longe na luta, por momentos, poderia nao ter pensado na vida do adversario.. ou da minha.

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''Poderá um pedófilo percepcionar-se a si mesmo como tal?''
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não
nem pensam que é mal, pensam que é natural. ''o amor não escolhe idades'' é uma desculpa, mas é isso que o nosso interior procura. desculpas para agir egoisticamente.



resumidamente, e a única conclusão a que cheguei, é que acho que toda a pedofilia apenas tem um castigo plausível depois do clássico enxerto de porrada e quem sabe depois de alguns ossos partidos:

a castração



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''Poderá o ser humano compreender os seus próprios erros, detectá-los? Quando o seu sistema de valores lhe permite cruzar determinadas linhas que para outros são sagradas?
Poderá o ser humano superar-se? ''
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depende.
pois se se supera-se, nao se denominaria ''ser humano''. teria outro nome.
talvez simplesmente Ser
o que é cada vez mais complicado, simplesmente sermos nós.


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''Afinal, qual é a evolução que realmente importa? A minha ou da Humanidade como Inconsciente Colectivo? ''
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mais uma vez ambos, pois estão interligados.a tua humanidade definida e íntegra, integra-se no inconsciente colectivo, no anonimato vais influenciando com a tua pureza e a tua verdade, vais dando o exemplo.
mas pode se tornar consciente com arte ''colectiva'' e aí, toda a gente conhece, toda a gente vê pois é intuitiva a arte. há quem fique na historia do consciente colectivo da humanidade por ter sido simplesmente quem era.

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''Quando os meus valores são valores que já não vigoram, quando as minhas leis são leis que já ninguém lembra?

As perguntas permanecerão sem resposta até ao dia em que a Verdade me queimar as retinas. Até lá, interrogo-me.''
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serás sempre relembrada, por completa, no coração de quem te sente.

apos todo o crescimento culminar na evolução anciã, a verdade só nos leva a um caminho de dois caminhos:

ou nos perdemos andando às voltas interrogando a rotina e os dias sempre iguais do conformismo ou inércia.

ou nos encontramos, encontrando respostas na forma de acções. para criar um futuro melhor para as crianças.


mas.. quem é que esta disposto seja ao que for nos dias de hoje, se nao for por prazer proprio, vivendo em actos de egoismo?

pior...

quem é que pensa nas crianças?

 

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