quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A consistência do eu

No desespero da noite ecoa o grito,
rasgo o pano, quebro as máscarasm
abraço-te, enlaço-te, sou eu
sou apenas eu
sou tão eu
tão agoniantemente
eu
Marco-me nos espaços onde a psique
se fere, marco-me nos outros e em mim
com ferro em brasa que queima
a inocência do sonho obtuso.
Sou torta e maldita,
eu
que sou
apenas eu
que sou
tão eu
tão agoniantemente eu
a imprevisível, a agreste, a crua
a sem sentido, a maga e a sacerdotisa
que enfeita o destino com cores da paleta
de deus. Abençoam a maldição
que o é o meu beijo,
atravessam mares e odisseias e voltam
voltam na angústia de me quererem.
Eu, que sou apenas eu,
tão eu,
tão comovedoramente eu,
tão consistentemente eu
serei sempre eu
para sempre eu
condenada à fogueira da honestidade
e do suplício dos olhos sem fim
ah...
eu que sendo eu
que sendo tão eu
sou tantas maravilhas, tantas agruras, tantas verdades.

1 comentários:

fs2 disse...

A única coisa que me intriga e me preocupa é o que vamos fazer com a consistência quando o que prevalecer for a inconsistência. Vamos pegar nos nossos valores e guardá-los bem guardados. Daqui a muitos anos alguém os reconhecerá como um item raro, algures perdido no IC da humanidade.

 

a perca © 2008. Chaotic Soul :: Converted by Randomness