segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Giveways a aproveitar

Porque estar doentinha em casa e vegetar ajuda a encontrar giveways em tempos de crise, aqui fica um de um novo blog que irei explorar :) Miss Book Reviews Six Month Old Giveaway
Alluring Reads

domingo, 7 de outubro de 2012

Different paths

Dizem que mais vale só que mal acompanhado. Descobri ao longo de muitos meses que existe uma profunda solidão quando as palavras não encontram o eco esperado. Que um corpo não é o mesmo que uma alma. Que a partilha real não implica apagarmos tudo o que somos em prol de um bem supostamente maior. Descobri que quando a pessoa que nos ouve alega que estamos a falar demasiado no assunto a ou b simplesmente merece apenas o nosso silêncio. Sim, eu consigo falar muito tempo sobre as pessoas que me rodeiam e criar teorias sobre os seus comportamentos e escolhas. Apenas quando descarrego tudo o que é mundano e palpável consigo chegar mais internamente. E nessa viagem, tudo o que me davas era aborrecimento e cansaço. Rompemos o tempo como quem rompe um laço inexistente. Os dias passaram, rápidos. E as memórias não permaneceram. Afinal, tu já não eras tu há largos meses. Estavas ali sem estar. No teu lugar, apenas um vazio e uma impaciência. Dizias-me vezes sem fim o quão exigente consigo ser. O quanto tinhas que respirar fundo para suportar as conversas que nada te surpreendiam ou geravam curiosidade. Todos os dias voltava exausta do trabalho. Procurava a empatia e a serenidade de uma partilha que me negaste. Sou tão díficil, afinal. Deixei que o silêncio substituisse o que te queria dizer. Guardei dentro de mim os pequenos dramas, as pequenas vitórias. Guardei dentro de mim as lágrimas e os sorrisos. Tentei chegar a ti de tantas formas que poderia enumerá-las e criar quadros com elas. Todas elas erradas. E aos poucos, os anos pesaram-me nos ossos. Sempre que te via perguntava-me se valia a pena mais uma conversa tornada em monólogo. Mais uma viagem à frustração do afastamento que impuseste aos nossos corações. E nessas viagens perdi-me de mim mesma. Aprendi a adormecer com a dor. Embalada pela mágoa e pela ansiedade. Era afinal aquela prisão, era afinal a sensação de ter as asas coladas às costas que quero para mim? Era afinal esta solidão fingida de partilha. Descobri que existem finais que se anunciam por entre o vento e as folhas das árvores. Descobri que prefiro ser incompleta sozinha do que presa numa existência sem sentido, num rio que não corre para o mar, num amanhã que nunca chega. Descobri que a pessoa mais importante sou eu.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

The phantom

Rochester: What is it? Jane Eyre with nothing to say? Jane Eyre: Everything seems unreal. Rochester: I am real enough. Jane Eyre: You, sir, are the most phantom-like of all. Jane Eyre: Am I a machine with out feelings? Do you think that because I am poor, plain, obscure, and little that I am souless and heartless? I have as much soul as you and full as much heart. And if God had possessed me with beauty and wealth, I could make it as hard for you to leave me as I to leave you... I'm not speaking to you through mortal flesh. It is my spirit that addresses your spirit, as it passes throguh the grave and stood at God's feet equal. As we are. Jane Eyre: I should never mistake informality for insolence. One, I rather like; the other, no free-born person would submit to, even for a salary. Edward Rochester: Humbug! Most free-born people would submit to anything for a salary. Edward Rochester: Are you always drawn to the loveless and unfriended? Jane Eyre: When it's deserved.

Outono

Debruço-me sobre o poço da verdade. Vejo os rostos, os sons esparsos de uma serenidade translúcida. A vida contorce-se, Sinto o peso a abater-se sobre os ossos frágeis dos joelhos. Pessoas que vivem vidas que não merecem ser vividas. Que escondem a mágoa e a tristeza em pequenas vitórias e mesquinhices. As vozes de hoje serão as vozes de amanhã. Sonhos inacabados, Visitas suspensas. Vidas desperdiçadas. As escolhas que se revestem de impossibilidade. Somos, afinal, o perpetuar de um destino. Fingimos todos os dias escolher o caminho poeirento que nos impele o corpo cansado para o amanhã. Atravessamos as mesmas estradas, dizemo-nos realizados, satisfeitos, sorrimos. Hipócritas. Largados na mediocridade do ser. E o Universo avança, inalterado da dor que nos consome as vontades. Cubrimo-nos de nojo e impaciência. As mãos largadas no colo, a contorcerem-se. Espasmos de rebeldia que nos assomam. Adormecemos, adormecem-nos as capacidades, as ânsias e os trejeitos do infinito. Onde viveram as escolhas, hoje apenas se abandonam as perdas. Os terrores. As noites em que não se esconde que um povo inteiro parte, derrotado na sua dignidade em busca de um Sol e de um acolhimento que não encontram nas raízes da Terra Mãe. Partem, despojados de gana. E os que permanecem perdem a força para gritar a injustiça de uma doença maligna que nos verga perante a crueza de um vento norte que impede as sementes de brotar.
 

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