Aqueles que eram realmente os "nossos" vão se esfumando em memórias cada vez mais longínquas. Vivemos de memórias antigas, porque a vida não nos permite criar novas. O tempo voa e aquilo que realmente importou hoje é um mero objeto de procrastinação.
Mantenho as mesmas perguntas sem resposta ao longo do tempo. Penso que tenho de as resolver. Vou delineando planos. E eventualmente, o dia a dia engole-me e deixo passar, uma e outra vez. E assim sucessivamente.
É depois vem o Natal e relembra-me do que é importante, de que tive tudo cedo demais sem o saber, que perdi tudo cedo demais sem o poder evitar, e que, no fundo, o que queria hoje foi o que sempre tive.
Insatisfeita como qualquer outro ser humano, corri para o desconhecido. Hoje sei que não havia nada que valesse a pena conhecer.
Como posso voltar aos caminhos que percorri e fazer o percurso que devia ter feito? Como posso manter quem perdi? Como vou desistir de procurar quem me faz falta em quem não faz?
Reflito nas minhas perguntas sem resposta enquanto me desindivuduo nas escolhas que fiz, me disfarço e permaneço nos mundos onde não pertenço. Volto aqui para fazer a minha catarse e me lembrar de quem sou, e sigo caminho nesta procura contínua do que já tive no que tenho, mesmo sabendo que possivelmente não voltarei a ter.
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