domingo, 31 de maio de 2009

As escolhas da PERCA - Placebo new

O single do novo album

quinta-feira, 28 de maio de 2009

As Escolhas da PERCA - David Cook

Este rapaz parece-me ser de todo o interesse...



terça-feira, 26 de maio de 2009

fairy_morgaine

Image Hosted by ImageShack.us


Muitas vezes as pessoas questionam-me o porquê da minha pele: fairy_morgaine.
Pensam elas que as fadas são queridas e meigas e sorridentes. Pequeninas e frágeis. Não sabem ainda que as fadas são imensas. E voláteis.
No meu mundo, as fadas são caprichosas. Podem amar e podem desprezar. Podem ajudar mas também podem não o fazer e aguardar pacientemente por uma viragem inóspita do destino.
Recolhem-se em flores, vivem em árvores, na terra molhada. Conhecem a terra, respiram vida. Pulsam com o pulsar da energia do Universo. São pouco pacientes com as mesquinhices do ser humano. Acham graça a situações que poucas pessoas acham. Podem não achar graça a tudo o resto.
No meu mundo, as fadas podem acordar um dia com muita vontade de serem boas e no dia seguinte com muita vontade de não serem nada em peculiar. As fadas não são boas ou más. Esses são conceitos que não se aplicam a elas. Têm, isso sim, um senso de humor peculiar e regem-se por regras diferentes das do mundo humano. São travessas.
As fadas não são belas ou feias. A definição de beleza não se aplica a estes seres. Podem ser belos ou horrendos, de acordo com o que o ser humano espera ver. Ou de acordo com o que ser humano reflecte nelas.
Morgaine. A irmã de Arthur, eternamente condenada a ser o catalisador da queda de Camelot, do final do reino. Mas não porque tenha feito algo nesse sentido. Apenas porque alguém teria que ter esse papel e a vida testou-a. Morgaine, a forte. Morgaine, a frágil. Morgaine, a errada. Morgaine. Tão ela e tão pouco ela. Sempre em fuga do inevitável, sempre angustiada, sempre com o coração retorcido de dor e mágoa de tudo o que lhe estaria reservado.
Morgaine amou Arthur. Como a um irmão e como a um homem. Morgaine amou Arthur e abandonou esse amor porque esperou que essa fosse a atitude mais correcta. Existirão correctos? Incorrectos? Morgaine, a filha das fadas. Tão bela e ainda assim, tão comum.
Morgaine, a das fadas. Morgaine, a fada. Morgaine, a rocha, o mar, o lago, o início e o fim.

As escolhas da PERCA - Travis

Mais uma pequena pérola ;))





segunda-feira, 25 de maio de 2009

Destino (tempos em que te esqueci)

Tempos houve que te esqueci,
entretida com o fiar do destino.
Nesses tempos, o azul era tão vermelho
e o espaço era bafiento.
Perdi-me dentro de mim mesma.
Iluminada pela ilusão do conforto
e da segurança de uma ponte
movediça. Perdi-me dentro das minhas
esperanças vãs e do som gasto
da minha voz a pronunciar nomes que
já não sei. Tempos houve
em que me esqueci. Perdida
num arco-íris de dimensões não-minhas.
Desses tempos guardo uma cicatriz
profunda e um sorriso rasgado.
Como te encontrei no final dessa estrada?
Como é que o teu corpo desaguou no meu?
Tempos houve em que te esqueci.
Recordo esses tempos. Todos os dias.
A cada sol. Lembro-me todos os dias
dos tempos em que te esqueci.

domingo, 24 de maio de 2009

Soturnidade

O conhecimento do teu corpo e das tuas marcas
revela as soturnidades do teu espaço
quando reflectido nos meus dedos frágeis.
Meu reflexo, meu som, meu sorriso
inóspito. As mulheres que atravessam
o teu coração não sabem nem sonham
a violência silenciosa do teu cansaço.
Esperam, no desespero triste da despedida
que o teu dia amanheça mais claro e mais
solarengo. Conquistam-te com mentiras surdas.
Acreditam na redenção da tua alma.
Talvez um dia elas descubram,
como eu descobri, coberta do teu sangue
e da tua saliva, que saber-te não é sinónimo
de te possuir. Afinal, meu irmão, minha alma gémea,
meu amor, meu amante, meu eterno amado
eu não te conheço porque não te possuo.
Meramente sinto as batidas do teu coração
nas minhas veias.
As tuas palavras nos meus lábios.
Os teus sentires na minha pele.
As tuas mágoas. Os teus esgares. Os teus dedos.
Na minha garganta.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

As Escolhas da Perca - Avril Lavigne

Gosto bastante desta moçinha, embora ande desaparecida em combate :)









domingo, 17 de maio de 2009

As escolhas da PERCA - Tori Amos

Lembro-me de durante muitos anos não conseguir aferir muito bem os meus sentimentos em relação a esta senhora.
Mas confesso que estes singles do álbum que irá estar nas prateleiras dia 19, Abnormally atracted to sin, me conquistaram:





sábado, 16 de maio de 2009

As Escolhas da PERCA - Lily Allen (Upgade)

Dizem que a rapariga se quer retirar do mundo da música... Acho lamentável... Aqui ficam duas músicas de todo o interesse... Para ouvir com atenção! A segunda é para ti fs1 (acho que vais apreciar as lyrics ;) )



terça-feira, 12 de maio de 2009

As Escolhas da PERCA - Shakira

Porque nós até somos amigas de coisas em Espanhol, aqui fica...





segunda-feira, 11 de maio de 2009

O jardineiro da PERCA remixado

;__________;







Durante anos lembrei-me do PEIXE, PEIXE, PEIXE mas não me recordava de onde o teria ouvido... Bem haja à mana por semelhante recolha ;) Ela já me tinha ouvido falar mto nisto xD


sábado, 9 de maio de 2009

A espera

A cidade adormece, esquecida de si mesma.
O povo repousa na esquina do tempo.
As crianças já não sonham, as sirenes impacientes
são o colorido da espera.
Há pessoas que esperam para viver, todos os dias
cansadas e inúteis. Aguardam um momento,
um compasso, um grito. Voltam à mesma hora,
aos mesmos locais com os mesmos sorrisos.
Esperam. Para viver. Há ainda os que esperam
para morrer, os braços cruzados a ocultar o peito
queimado. Existe honestidade na espera e no soçobrar
dos corações. Pontualmente, a espera quebra-se
para dar lugar ao frenesim da criação.
As pessoas que esperam para viver suspendem a respiração,
acreditam momentaneamente na possibilidade.
As pessoas que esperam para morrer alcançam
a felicidade que só o vazio pode proporcionar.
A cidade não se altera pela espera que lateja.
A Natureza aguarda pacientemente a queda
dos homens e a serenidade das causalidades.
Deus adormece, esquecido de si mesmo.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Labirinto de Fauno

Durmo, perdida num canto recôntido da tua mente febril.
Se me sentes ou me sabes, ocultas do teu rosto a verdade.
As tuas lágrimas pesam-me nos olhos fechados.
O teu braço repousa, morto, na minha cintura.
Os teus vazios, a mágoa que te esmaga a coluna,
todos os dias que sonhaste e que o teu sonho pereceu
a teus pés nus. Tu foste aquele que não acreditou
no fauno e no reino das fadas. Tu foste aquele que rasgou
o coração por dentro para abraçar as gargalhadas e os risos
falsos de quem te rodeia.
Tu foste, afinal, promessa incumprida na face de deus.
Tu, que amei perdidamente, que foste o outro lado do meu sorriso,
que foste o meu segredo e a minha Lua. Que me compreendeste
e traçaste os rumos com que encontro a verdade do meu ser.
Na tua mente febril, as minhas mãos percorrem o teu rosto,
as minhas pernas recebem o teu corpo e a tua imensidão.
Na tua mente febril, sou tua de maneiras que não consigo conceber.
Entras em mim, cravas-te em mim, violentamente.
Cobres-me os lábios com os dedos enquanto tatuas a minha pele.
Na tua mente febril, o meu amor pesa-te. Como te pesam as verdades,
os sonhos, as expectativas e o teu semblante oco.
É com o som da minha voz que imaginas todas as acusações
fundadas e infundadas com que rasgaste o teu coração.
É na alvura dos meus braços que morres todas as noites
na mais profunda solidão. Não existe vida nas minhas ausências.
Juras, em silêncio, que eu já não sou eu em ti.
Cobres-te de indiferença e foges do azul dos teus olhos
onde ainda nascem os caminhos que te trazem até mim.
Eu sou o símbolo de tudo o que poderias ter sido,
eu sou a honestidade cruel de uma promessa, a serenidade
inocente do tempo, a violenta impetuosidade do desejo.
O meu amor esvazia-te de ti.

Durmo e sonho, esquecida das regras que compõem
a prisão onde te encerrei. Durmo. Sussurras-me:
"Vem e vê-me. Porque só tu me vês e só tu me sentes
e é só no teu coração que cumpro as impossibilidades.
Vem e ama-me. Se o teu amor morrer, eu morrerei com ele.
Eu, o meu rosto e as minhas mãos, o azul profundo dos meus
olhos que é apenas teu. Porque não vivo fora do teu ser."

No meu sonho moram ainda as lembranças do que foste um dia
e que jamais voltarás a ser. No meu sonho, mora a tua infância,
em mim que sou a tua boneca, o teu porto e a tua acusação,
o teu fim e o teu começo. Morres-me sempre que as minhas pálpebras
abraçam a realidade faminta do Sol.

In Memoriam - Álvaro de Campos

"Na noite terrível

Na noite terrível, substância natural de todas as noites,
Na noite de insónia, substância natural de todas as minhas noites,
Relembro, velando em modorra incómoda,
Relembro o que fiz e o que podia ter feito na vida.
Relembro, e uma angústia
Espalha-se por mim como um frio do corpo ou um medo.
O irreparável do meu passado – esse é que é o cadáver!
Todos os outros cadáveres pode ser que sejam ilusão.
Todos os mortos pode ser que sejam vivos noutra parte.
Todos os meus próprios momentos passados pode ser que existam algures,
Na ilusão do espaço e do tempo,
Na falsidade do decorrer.

Mas o que eu não fui, o que eu não fiz, o que nem sequer sonhei;
O que só agora vejo que deveria ter feito,
O que só agora claramente vejo que deveria ter sido –
Isso é que é morto para além de todos os Deuses,
Isso – e foi afinal o melhor de mim – é que nem os Deuses fazem viver...

Se em certa altura
Tivesse voltado para a esquerda em vez de para a direita;
Se em certo momento
Tivesse dito sim em vez de não, ou não em vez de sim;
Se em certa conversa
Tivesse tido as frases que só agora, no meio-sono, elaboro –
Se tudo isso tivesse sido assim,
Seria outro hoje, e talvez o universo inteiro
Seria insensivelmente levado a ser outro também.

Mas não virei para o lado irreparavelmente perdido,
Não virei nem pensei em virar, e só agora o percebo;
Mas não disse não ou não disse sim, e só agora vejo o que não disse;
Mas as frases que faltou dizer nesse momento surgem-me todas,
Claras, inevitáveis, naturais,
A conversa fechada concludentemente,
A matéria toda resolvida...
Mas só agora o que nunca foi, nem será para trás, me dói.
O que falhei deveras não tem esperança nenhuma
Em sistema metafísico nenhum.
Pode ser que para outro mundo eu possa levar o que sonhei.
Mas poderei eu levar para outro mundo o que me esqueci de sonhar?
Esses sim, os sonhos por haver, é que são o cadáver.
Enterro-o no meu coração para sempre, para todo o tempo, para todos os universos,

Nesta noite em que não durmo, e o sossego me cerca
Como uma verdade de que não partilho,
E lá fora o luar, como a esperança que não tenho, é invisível pra mim."

Álvaro de Campos

segunda-feira, 4 de maio de 2009

In Memoriam - Vitorino Nemésio

Mais um incontornável da nossa literatura... Este poema pareceu-me bastante curioso...

Semântica Electrónica

"Ordeno ao ordenador que me ordene o ordenado
Ordeno ao ordenador que me ordenhe o ordenhado
Ordinalmente
Ordenadamente
Ordeiramente.
Mas o desordeiro
Quebrou o ordenador
E eu já não dou ordens
coordenadas
Seja a quem for.
Então resolvo tomar ordens
Menores, maiores,
E sou ordenado,
Enfim - o ordenado
Que tentei ordenhar ao ordenador quebrado.
- Mas - diz-me a ordenança -
Você não pode ordenhar uma máquina:
Uma máquina é que pode ordenhar uma vaca.
De mais a mais, você agora é padre,
E fica mal a um padre ordenhar, mesmo uma ovelha
Velhaca, mesmo uma ovelha velha,
Quanto mais uma vaca!
Pois uma máquina é vicária (você é vigário?):
Vaca (em vacância) à vaca.
São ordens...
Eu então, ordinalmente ordeiro, ordenado, ordenhado,
Às ordens da ordenança em ordem unida e dispersa
(Para acabar a conversa
Como aprendi na Infantaria),
Ordenhado chorei meu triste fado.
Mas tristeza ordenhada é nata de alegria:
E chorei leite condensado,
Leite em pó, leite céptico asséptico,
Oh, milagre ordinal de um mundo cibernético!"

As Escolhas da PERCA - Michelle Branch

A resposta a sua FS1... ;)





domingo, 3 de maio de 2009

A imbecilidade dos homens

A imbecilidade dos homens transforma todos os laços,
caminhos e memórias em fumo vago e transparente.
Os espelhos ludibriam as certezas e convencem
os fracos da veracidade do azul, num mundo de
tonalidades liláses. Na retina guardas um mapa gasto.
Nele, assinalam-se as marés, os luares e as horas
em que o espelho reflecte o meu rosto.

Poesia da PERCA - Maria Azenha

"o coração gasta-se

foram escritos a sangue os poemas
que hoje escrevi com o teu nome
todos pintados com as minhas mãos no tear
das ruas
áridas em vozes
à beira do rio passava
o álbum fresco das folhas mortas
do meu coração
perdidas há tanto tempo
como os bilhetes que te escrevo sem resposta

pouco haverá já que me prenda

pouco

encontrei hoje um cego

que parecias tu nos olhos"

sexta-feira, 1 de maio de 2009

A cobardia da memória

A memória viaja nos minutos intemporais da tua ausência.
Percorre a tua pele e a urgência das tuas mãos.
Trago-te ainda, tão vivo na minha garganta.
Diz-me, apenas, como sobrevives à imagem dos meus lábios
e dos meus olhos, do meu cabelo, de ti em mim.
Diz-me, fizeste-me tua para me decorares os soluços e
as imperfeições? Rompe o silêncio e toma-me.

Existe um caminho de palavras que te traz de volta até mim.
Serás sempre demasiado cobarde para o percorrer.
 

a perca © 2008. Chaotic Soul :: Converted by Randomness