sábado, 31 de dezembro de 2022

Ao Ano que se encerra

Hoje é o último dia do ano, em que a xpto faz anos. Deixo-lhe também aqui os Parabéns.

Este ano teve muitos altos e baixos. Um início muito conturbado, mas agora no seu final trouxe, duma só vez, algumas pessoas que julguei perdidas em estradas que não palmilhei. O destino trouxe-as de volta. E ainda bem.

Em 2022 percebi como existem pessoas com as quais não tinha tido o desprazer de conviver. Ir ver o mundo lá fora e, depois da tomada de consciência, voltar ao nosso porto seguro. Voltar a casa. 

O que me trouxe aqui? Procurar um poema do Mia Couto. Encontrei bem mais do que isso. Encontrei o que já não se consegue encontrar hoje em dia.

Desejo-vos um excelente 2023, com tudo aquilo que desejam e merecem. 

Os ídolos

 
Era ainda uma adolescente quando li As Brumas de Avalon da Marion Zimmer Bradley.
Foi uma das obras que revolucionou a minha vida.
Morgaine foi a primeira verdadeira personagem feminina literária que rompeu com todos os esterótipos, que cometeu erros mesmo sendo a protagonista, que viveu com ressentimentos, com mágoas, que fez escolhas que o tempo provou erradas quando pensou serem as certas.
O livro fala-nos de personagens que são verdadeiramente pessoas, porque são verdadeiramente complexas e multidimensionais. Que caminham por rumos que não têm a certeza onde vão levar. E que mesmo sabendo, teimosamente remam contra a força do destino e dos eventos. A vida não é sempre justa nem recompensa os bons e castiga os maus.
Morgaine é também uma personagem feminina com uma sexualidade presente, vivida sem repressões nem culpa.
Foi um ponto de partida para a exploração de caminhos mais pagãos, o meu mundo expandiu-se para se tornar no que é hoje.
É difícil explicar o poder transformador que a arte pode ter.

Foi com profunda repulsa que há anos descobri as acusações graves que Marion Zimmer Bradley e o marido foram acusados. Subitamente, a liberdade sexual de Morgaine era conspurcada pela verdadeira vida da sua autora, que nunca poderei nem aceitar nem reconciliar com o profundo impacto que o livro teve e ainda tem na minha vida.

Felizmente para mim, na altura, a internet era ainda uma semente do vasto mundo de informação que é hoje e, talvez inconscientemente, eu nunca procurei saber aprofundadamente a vida da autora, poupando-me desse modo à crise existencial que atravessei quando li algo sobre o assunto e acabei por destapar um ninho de podridão. Soubesse eu esta informação à partida e a minha relação com a arte que a Marion escreveu teria certamente sido condicionada pela imagem da autora.

Eu atravessei este deserto com a Marion do mesmo modo que muitos outros hoje atravessam com JK Rowling.
Eu li os livros de Harry Potter e gosto bastante dos filmes, mas não teve um papel modelador da minha identidade, como teve para muitos outros, sobretudo minorias que se reviam no menino que cresceu à margem e ostracizado para depois descobrir amigos, família, um mundo de pertença e aceitação.

Marion jaz algures enquanto JK Rowling continua a encetar uma guerra transfóbica e a alienar muitos dos que leram e amaram as suas obras e praticamente impossibilitando que apreciem obras vindouras.

Após reflectir sobre ambas e sobre a linha ténue de conhecermos os nossos ídolos e com isso destruir a sua imagem e transbordar para a nossa ligação com a arte produzida, concluo que Marion ensinou-me uma última e importante lição. Que até quem mais idolatramos poderá um dia falhar e estilhaçar a imagem, tornar a relação entre a arte e o artista numa dissonância cognitiva nem sempre fácil de gerir e que sermos adultos é também destruirmos os nossos ídolos e aprendermos a viver com as suas diversas facetas, boas e más e retirar deles o que nos nutre, sabendo ainda assim separar a pessoa da obra, num exercício ingrato e nem sempre fácil mas ainda assim profundamente humano.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

A destruição do epicentro

 
Passaram 10 anos duma perda irreparável, uma fragmentação de modo a proteger o âmago e uma espiral contínua numa busca de sentido onde nada substitui o que se perdeu.
Nunca estamos preparados para perder o que nos ancorava. Um dia acordamos e o mundo surge inverso porque tudo o que era deixou de ser. Passou a ser diferente.
Alguns de nós conseguimos apontar no tempo o momento preciso em que nos fragmentámos para sobreviver à perda de algo que era basilar ao que éramos e ao que somos.
Para mim, o processo foi mais cedo, mas talvez não tão fundamental ou brusco como o da fs2. Questiono-me se será por isso que consegui sair relativamente sã duma torrente de eventos que poderiam ter facilmente estilhaçado quem sou, dum modo em que não mais me reconhecesse em mim.
No entanto, não consigo apontar o momento em que as palavras deixaram de ser palavras e passaram a ser riachos que se tornaram em rios paralelos, por vezes tão idênticos e noutras completamente diferentes.
A espiral que nos engoliu corre a duas velocidades distintas. Uma tão rápida que nos deixa confusos quando finalmente aterramos e outra tão lenta que parece que pouco se move.
Eu ainda sou movível, não ao ritmo estonteante da espiral que engoliu a fs2, mas a um ritmo que me permita fazer sentido do que decorre lá fora.
Grande parte da minha vida é hoje pincelada com cores esbatidas por força das dores que me acompanham, físicas ou emocionais.
Os dias tornaram-se mais pequenos. A energia mental exigida para me manter funcional vai sendo tanto maior quanto maior é a medicação e o percurso para me manter num ténue equilíbrio físico, facilmente estilhaçado.
O ritmo é bastante mais lento, mas continua a trazer-me aqui.

Os anos em que criámos o chão que criou este espaço parecem-me, à distância, quase surreais.
A minha vida pessoal era um vulcão em permanente ebulição. Desses anos, as memórias que guardo são sobretudo dos corredores e do riso, da leveza que eu não tinha mas conseguia encontrar no laço e nas raízes, nos tijolos e no cimento.

É extraordinário pensar que se passaram 10 anos duma perda que por muito que seja repetida em palavras e gestos, nunca ninguém irá compreender totalmente.
Não importa quantas vezes seja referido, ninguém consegue percecionar a destruição que começou no epicentro e cujas ondas se sentem ainda hoje. Possivelmente, nunca se deixarão de sentir.
Existem feridas que não saram, a espaços sangram, resta-nos aceitar que existem e que nunca se irão fechar inteiramente.

O peso das datas

Este ano constantei, passaram já 10 anos duma partida que chegou cedo demais. Com essa partida, sucederam-se outras. Entre partidas, fragmentei-me e deixei-me ficar entre momentos, como âncoras que me transportam para ir visitar quem fui, onde fiquei.

Fs1 queria a sua família no Natal. Infelizmente o destino pensou algo diferente. Eu queria a minha família no Natal, numa perenidade irrealista que só a mim faria sentido. O destino também teve outros planos para mim. 

Não me posso queixar, quando perdi tudo, tive os melhores comigo. Felizmente guardo a maioria, uns mais perto, uns mais longe, sempre no pensamento e no coração.

Passei a ser uma ocupante das ausências das mesas. Em várias mesas onde não pertencia. Com o tempo percebi que nem sempre podemos estar onde pertencemos - os outros vivem os seus desafios, felizmente, num ritmo mais lento do que o meu.

Tentei estabelecer vínculos novos para desvanecer os antigos. Uns melhores, outros piores, mas todos diferentes, todos superficiais. O vazio que criam é preenchido pela presença de quem ainda está, e pelas saudades de quem se ausentou. 

Criar laços é, afinal, um acto de amizade e amor. No seu âmago existem princípios e valores que a sociedade insiste em perder. Hoje, sobram alguns errantes com quem nos cruzamos. Gurus de coisas diversas, encontraram respostas para as inquietações do seu mundo e do nosso, que na realidade não tem profundidade para entender. Já não os ouço, nem às suas palavras vazias carregadas de sentidos onde não encontrei nenhum. 

Mas tentei. Pode faltar tempo e vontade, é verdade. Mas falta muito mais. Conteúdo, compromisso, presença, sentimento, propósito, empatia, paciência. Poderei elencar tanta coisa, mas talvez e apenas a principal, falta ser humano, falta ser pessoa.

É por isso que voltamos a esta casa, ainda que isso hoje em dia represente apenas palavras de textos escritos num tempo já distante e disconexo. Mas são essas palavras que me lembram, afinal, que um dia eu soube criar algo indelével. Não perdi a capacidade de criar. O mundo tornou-se um lugar estranho. Cabe-nos apreciar o espetáculo que nos apresentam, aplaudir de forma desinteressada, e voltar para o lugar onde pertencemos. Aqui. 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Os contrangimentos sociais

 
O Natal foi sempre uma época que me divide profundamente, porque nunca resolvi o desejo de querer ter uma família grande e unida e não a ter.
Durante anos, suportei o Natal como outras coisas que carreguei nos ombros, para me trazerem até aqui. Depois houve anos que recebi família e mesmo assim, havia fraturas e ausências impossíveis de solucionar.
Hoje, é mais um constrangimento social que me leva a casas onde as fraturas continuam tão ou mais presentes do que antigamente.
Carrego comigo quem já não está, por um ou outro motivo.
Contrariamente à fs2, eu nunca tive o que queria ter. Nem nunca terei.
Fazer as pazes com o destino e com o deteriorar da minha saúde tem sido um processo longo e extenuante. Construí a réplica possível.
Criar laços humanos verdadeiros parece hoje de uma complexidade insolúvel. Se a culpa é minha ou se é dos outros, ou simplesmente das circunstâncias, é uma questão para a qual não tenho resposta.
O Natal deixou de ter significado e hoje é apenas mais uma data em que me obrigo a estar presente porque é mais fácil do que enfrentar o constrangimento social de não aparecer e isso ser encarado como uma rotura.
Poderemos ser quem somos se ninguém que nos sabia pelo que éramos estiver aqui?
Tenho tido fases em que me viro para dentro, este mês tem sido pontuado de melancolia.

Perguntas sem resposta

O período do Natal é sempre introspectivo para mim. Na verdade, pesa-me mais a pressão social do momento, do que o momento em si. Há muitos anos que perdi a vontade de o celebrar. Mas o tempo passa, e o cansaço agudiza-se. Ir de casa em casa não pertencendo a nenhuma, é todas elas, afinal, com dramas tão seus e não meus. 
Aqueles que eram realmente os "nossos" vão se esfumando em memórias cada vez mais longínquas. Vivemos de memórias antigas, porque a vida não nos permite criar novas. O tempo voa e aquilo que realmente importou hoje é um mero objeto de procrastinação.
Mantenho as mesmas perguntas sem resposta ao longo do tempo. Penso que tenho de as resolver. Vou delineando planos. E eventualmente, o dia a dia engole-me e deixo passar, uma e outra vez. E assim sucessivamente.

É depois vem o Natal e relembra-me do que é importante, de que tive tudo cedo demais sem o saber, que perdi tudo cedo demais sem o poder evitar, e que, no fundo, o que queria hoje foi o que sempre tive. 

Insatisfeita como qualquer outro ser humano, corri para o desconhecido. Hoje sei que não havia nada que valesse a pena conhecer. 
Como posso voltar aos caminhos que percorri e fazer o percurso que devia ter feito? Como posso manter quem perdi? Como vou desistir de procurar quem me faz falta em quem não faz?

Reflito nas minhas perguntas sem resposta enquanto me desindivuduo nas escolhas que fiz, me disfarço e permaneço nos mundos onde não pertenço. Volto aqui para fazer a minha catarse e me lembrar de quem sou, e sigo caminho nesta procura contínua do que já tive no que tenho, mesmo sabendo que possivelmente não voltarei a ter. 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Caminhos transmutáveis

Talvez um dia tenhamos sabido intuitivamente que há janelas para o passado, como cheiros que nos enviam numa viagem com bilhete de regresso e hora marcada e que nos permitem durante breves momentos reencontrar o que passou.
O som do comboio de madrugada traz-me sempre uma maré de imagens e recordações, eu e Eu de repente conectadas por um som distante e vago, um momento sem tempo e sem espaço.
Haveria uma magia? Ou seria meramente termos tempo e energia para nos dedicarmos? Não ter 40 horas de trabalho semanal permitia-nos investir nas pessoas e nas amizades, tempo e energia que descobri há muito que deixei de ter e dificilmente sei como recuperar.
As ausências pesam-me nos ombros. (Des)encontrámo-nos mas ainda consigo ouvir ecos das palavras que foram ditas e as que calámos.
Sempre tive uma relação difícil com o Natal. É uma época em que é impossível fingir que não vemos os lugares vagos à mesa, que ninguém substitui.
Talvez por isso, tenhamos intuitivamente sabido um dia, que há linhas que desenhámos no chão que nos trazem até aqui, onde o Passado convive com o Presente e onde (re)encontramos quem éramos e quem somos.
Por breves instantes sentimos a magia a traçar linhas convergentes e lembramos que existem caminhos velhos e poídos que são ainda assim mais transmutáveis do que os actuais.

domingo, 25 de dezembro de 2022

Sobre o Natal

Em tempo de recordações, penso que o Natal seja a data que elicita mais lembranças. No meu caso, mais as ausências do que as presenças. 

Either way, ficam-me as imagens do passado que me enchem o coração. Também vos vejo por lá. 

Votos de um Feliz Natal e de um próspero ano novo para quem nos lê. 

sábado, 24 de dezembro de 2022

A perenidade das recordações

Às vezes lembro-me de quem fui, mas não sei exatamente onde fiquei. Sei o momento em que tudo foi mudando, mas não sei exatamente tudo o que mudou.  

Revejo textos escritos aqui, passaram 10, 15 anos? Que incertezas trazia nesses tempos, que certezas trago hoje? Penso que poderia ter feito tantos outros caminhos, onde me levariam? O que poderia perder ou ganhar? .

Os anos passam e geram recordações, novas recordações, a juntar a tantas outras que se acumulam na memória e que, a espaços, me permito revisitar. E na verdade, sei-o hoje,  tinha quase tudo, sem o saber. Se voltasse ao passado, com a sabedoria de hoje, saberia exatamente o que fazer. Mas não posso voltar.

Sei hoje que há coisas que ficam para a vida. Recordações na memória, recordações no coração. Sei também que o que se cria na juventude trazemos para o futuro, e nem sempre se quebra como possa parecer. No passado as relações eram construídas com tempo, dedicação e paciência. Passámos por tanta coisa que o vínculo que se cria é superior à vida, é para sempre. O seu elo é tão forte que se torna praticamente inquebrável, mesmo que não pareça. O seu laço é invisível e permanece no nosso inconsciente coletivo. Na maioria dos casos, apenas arrefece. Na distância duma reminiscência, ele está lá. 

Aprendi agora enquanto adulta que já não consigo criar elos assim. Talvez por isso ainda faça estas visitas ao passado, às recordações perenes que me lembram sempre de nunca desistir de criar. E às pessoas que nele ainda habitam e que ainda me fazem sorrir, mesmo não estando aqui. 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Cartas para o vazio

Existem dias difíceis em que nos perguntamos quem somos e o que deixámos para trás.
Perguntamo-nos se os percursos teriam sido diferentes se... A vida faz-se de escolhas e de ausência de escolhas que são por si só uma escolha.
Quando olhamos para trás, perguntamos que porta ou que cruzamento nos trouxe até aqui.
Se somos quem somos, o que aconteceu a quem éramos? Que vidas correm paralelas?
O cérebro humano está preparado biologicamente para recordar as vezes que nos doem e que nos trazem as lágrimas aos olhos, é mais simples do que recordar como rir.
Destruir foi sempre mais fácil do que construir, o que levamos anos a construir pode ruir à nossa frente enquanto as mãos não são rápidas o suficiente para agarrar as cartas que se lançam ao chão, como que cansadas de estar numa mesma posição.
Por vezes sonho e no sonho percorremos os corredores em bicos de pés para que não nos ouçam e rimos um riso abafado. Quando acordo, pergunto-me do que ríamos mas é díficil recordar as imagens que se varrem por detrás das pálpebras.
Talvez um dia escreva cartas e as lance anonimamente ao mar. Para ti? Para mim? Para o vazio.

domingo, 11 de dezembro de 2022

Publicidade Engraçada - Duvidosa

 Tem existido uma fase sem que grandes publicidades impactantes apareçam.

Mas tenho de destacar 3 por motivos diferentes que tornaram o meu dia divertido.

ACP


Alguem me explique o que se tira daqui lolol tenho receio de tirar conclusões precipitadas ...


MEO


Alguém me explique esta simplicidade genial associada com a venda de telemóveis ...


Existem mais mas estas deixaram me com vontade de partilhar.... obvio que não podia deixar de colocar aqui uma publicidade mais antiga ... que me faz sorrir cada vez que vejo senhores a conduzir... c'est la vie...podia-me dar para pior.







Portal do tempo

Há umas semanas a Xpto - Paula perguntava-me pela perca. Esteve sempre online. Revisitei-a algumas vezes quando a memória me falhou, ou precisei de alguma inspiração vinda do passado. Fazemos um blog novo? Usamos este? Sim, usamos este. Este blog ainda é nosso afinal. 

O passado existe para dar significado ao nosso presente e ao nosso futuro. Neste hiato não se criaram memórias, mas procurámos as que nos trouxeram até aqui, e que são nossas também. E hoje, quem somos? 

Nós dias em que pergunto o que perdi, nos dias em que me apetece revisitar o passado, em que quero saber quem fui e onde fiquei, passeio pelos posts deste blog com o mesmo sentimento de quem desfolha um álbum de fotografias de recordações felizes de infância. 

A perca, como um portal do tempo, leva-me de volta até mim. Até nós. 

domingo, 6 de novembro de 2022

Voltar ao que nos fez feliz

Um dia acordei e era adulta. Não sei muito bem em que dia foi porque me sinto adulta desde sempre.
Mas um dia acordei e era eu que pagava as contas. Por vezes, isso ainda me surpreende, como se acordar fosse por si só uma arte mágica que nos tira o balanço.
A vida dá voltas e quando paramos de rodopiar nem sempre (re)conhecemos o cenário.
As questões repetem-se em padrões comportamentais conhecidos. E as respostas, nem sempre nos satisfazem.
Será possível voltar ao que nos fez feliz?
E se for, um espelho estilhaçado continua a ser um espelho? Ou é algo mais e menos que um espelho?
Somos quem éramos se quem nos olha não nos viu crescer? Somos outro? Se a árvore cair e ninguém a ouvir, terá feito algum som? Ou o som só existe porque alguém esteve lá para o ouvir?
Um dia, tudo começou por causa duma perca. Uma discussão absurda numa lógica absurda duma relação absurda que fez nascer um local onde rimos e filosofámos e fomos nós.
Tudo, por causa duma perca.
E se a perca não existisse, lembrar-me-ia eu da discussão absurda que lhe deu forma?

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Tesourinhos - PPAP

 Tropecei neste lindo tesourinho ...


sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Carros a Carvão

 Já alguém parou para pensar o quão pernicioso é a evolução?

Quando penso em evolução lembro sempre da aula de filosofia de secundário em que o professor pergunta aos alunos (algo assim...):

Prof: "Aceitariam uma máquina do tempo mas que em contra partida o número de mortes irá aumentar".

Alunos: "Não,  se é uma questão de tempo não se justifica a morte de seres humanos".

Prof: "Bom acabaram de dizer que são contra a criação do automóvel"


Nos tempos atuais temos carros electricos que na verdade são carros a carvão.

A evolução é  optima e bem pensada e em termos ideologicos espectacular.


Mas será que alguem se esqueceu:

     Lacuna no tratamento dos resíduos ( e.g. baterias fim de vida). -> atira-se para o monte

     Os materiais para o fabrico das baterias -> esburaca-se a terra 

     Uso de electricidade fabricada com uma % baixa de energias renováveis, -> carvão resolve

     Carregamento das baterias ainda com tempo elevado,-> espera se o dia tem 24h

     O local de carregamento ineficientes/insuficientes. -> vai-se para o próximo


Será que o impacto / pegada dos "carros a carvão " trás neste momento algum resultado positivo para existir este nível de pressão para mudar para os carros a carvão?


Eu sou a pessoa louca com ideias retrocidas !!!!




terça-feira, 6 de setembro de 2022

Trabalho Coorporativo

 Acho que situações caricatas acontecem a todos. 

Claramente onde, quem e quando é completamente irrelevante para o que se escreve abaixo.

Imaginem (aconteceu mesmo ...) a seguinte situação: é preciso saber um processo detalhado para comunicar uma decisão se se continua ou se é modificado o programa.

(E... até aqui tudo bem... )

Colegas a trabalhar no mesmo local dá-se primazia a reuniões presenciais ( mal eu sabia que me iria arrepender...)

( Bom e a saga ... começa...)

Como contacta-lo bom cedo não pode ser que não se encontra em lado nenhum,  início da tarde ( cu cu cu🦉 cu cu cu 🦉 ... nada), a meio da tarde lá o encontro ...

O local um open space com mesas em linha cada mesa com o seu computador. Ecrãs colocados em pontos estratégicos  para suporte das funções.  O ambiente ouve-se um burburinho de fundo constante de entre ajuda de colegas.

Chego ao pé do colega apresento a razão do meu aparecimento e nesses minutos sou olhada com desconfiança ( eu pensava ... estou lhe a pedir o cartão de multibanco e não dei conta...).

Que fique claro qualquer decisão não teria impacto nas funções desempenhadas. A conversa passou-se mais ou menos assim:

Eu: como vez nada vai interferir até pelo contrário irá melhorar.

A outra pessoa: pois entendo ... sim sim ... isso realmente boa ideia...

(Já comecei a duvidar.... era sims a mais...a postura não convencia ... mas continuei com o meu desvio para o risco ....claramente) 

Eu: então se poderes facultar a documentação 

A outra pessoa: eu ate dou ... mas a documentação está toda aqui. (E aponta para a cabeça)

(Eu ai pensei ... eu não lhe pedi o cartão de multibanco eu pedi para ele dar um rim e não dei conta)

Escusado será dizer que resultados zero. Tive de regressar à base e pensar numa outra estratégia de ataque ahahah como se de uma guerra tratasse.⚔



segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Quem é vivo sempre aparece

 Bom ....

Já passou algum tempo desde os últimos posts. Foram muitas as razões e muitas as histórias que aconteceram.

A idade avança, o focus nos temas pode até mudar mas a parvoice e as situações caricatas são uma constante e ainda bem.

Mas voltar onde antes rimos parece ser uma óptima ideia.

👀


 

a perca © 2008. Chaotic Soul :: Converted by Randomness