Um dia acordei e era adulta. Não sei muito bem em que dia foi porque me sinto adulta desde sempre.
Mas um dia acordei e era eu que pagava as contas. Por vezes, isso ainda me surpreende, como se acordar fosse por si só uma arte mágica que nos tira o balanço.
A vida dá voltas e quando paramos de rodopiar nem sempre (re)conhecemos o cenário.
As questões repetem-se em padrões comportamentais conhecidos. E as respostas, nem sempre nos satisfazem.
Será possível voltar ao que nos fez feliz?
E se for, um espelho estilhaçado continua a ser um espelho? Ou é algo mais e menos que um espelho?
Somos quem éramos se quem nos olha não nos viu crescer? Somos outro? Se a árvore cair e ninguém a ouvir, terá feito algum som? Ou o som só existe porque alguém esteve lá para o ouvir?
Um dia, tudo começou por causa duma perca. Uma discussão absurda numa lógica absurda duma relação absurda que fez nascer um local onde rimos e filosofámos e fomos nós.
Tudo, por causa duma perca.
E se a perca não existisse, lembrar-me-ia eu da discussão absurda que lhe deu forma?
domingo, 6 de novembro de 2022
Voltar ao que nos fez feliz
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