segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

As Escolhas da Perca - Portishead (Upgrade)

Para a FS3 se ir habituando ;)

"For as long as I have tried
And as low as I can be
I will never resign myself
From the trial I seek"



domingo, 26 de dezembro de 2010

Black Swan




Estive ontem a recolher o Black Swan para o qual tinha sérias expectativas e posso dizer que não foi a bomba que esperava que fosse.a
Primeiro, o aparecimento da Winona Ryder é absolutamente dispensável. As personagens não têm a profundidade para um filme que pretende ser intelectual e mexer-nos com a psique. Não consigo qualquer empatia com a personagem principal cujo problema aparentemente é mesmo não foder.
Subitamente parece-lhe importante foder com uma gaja que não conhece de parte nenhuma numa cena lésbica cujo único objectivo é de marketing porque surge do nada para o nada.
E poderão alegar comigo que tudo é uma metáfora para o surgimento do black swan e que a mãe a constrange e que o encenador a pressiona (gostei particularmente duma cena dela com o encenador, essa sim bem conseguida e surpreendente).
Pior que isto tudo é que adivinhei o final a léguas. Não há paixão naquele final. Enfim.

Quando um filme se resume a uma terapia sexual gera-me algumas questões e muita perplexidade.
Tinha expectativas, repito. Até mesmo para a cena lésbica que surge fraca e sem intensidade psicológica de maior.
Valeram as cenas de ballet, a música, a Portman sempre a chorar e ..queria dizer mais qualquer coisa. Mas não me ocorre mais nada.
E se quiserem ver gajas a pinar podem sempre sacar um filme porn. Funciona melhor.

As Escolhas da perca - Ana Moura

Dedicado à FS3 ;) Tu és a nossa lançadora de búzios ;)

sábado, 25 de dezembro de 2010

Espiral

A minha vida é feita de ciclos. Períodos de profunda instabilidade onde me interrogo sobre as verdades, os engodos, as teorias, o preto e o branco.
Estou mergulhada numa espiral de questões que me estão a minar por dentro. O que quero afinal? Onde começou o erro? Quem são os outros?
Onde os posiciono na minha vida?
Estou cansada de fingir ser quem não sou. Sempre fui duas pessoas dentro de mim mesma. A que tem pena e a que dilacera. A que seduz e a que é seduzida. A que não diz nada e a que diz tudo. A que recua e a que se impulsiona em frente. A que pensa que o melhor é não percorrer aquele caminho e a que começa a correr nessa direcção.
E como em todos os ciclos, de cada vez que páro e respiro é pior. Porque há mais aprendizagem, mais erros, mais desconfiança, mais traição.

Sinto-me tão vazia e tão cheia. Tão quebrada e tão inteira.
As perguntas são sempre as mesmas, as respostas são sempre tão diferentes. Vejo as pessoas, vejo as acções, sei que cada vez as compreendo menos e cada vez vivo mais dentro de mim mesma.
Existem dias que me apetece gritar, existem dias que quero ficar no mais profundo silêncio.
Continuo tão sozinha como sempre. Ou mais ainda, porque perdi pessoas que me eram importantes e que se perderam de si mesmas.
Partilho um inconsciente colectivo apenas com a fs2 e não consigo ler as pessoas. E perdi a vontade.
Afinal vale ou não a pena investir em pessoas que arrastam consigo bagagem? Existe uma medida óptima de bagagem? Afinal o que é mais importante a atracção física ou a emocional? A atracção emocional pode durar? Porque é que não ecoo em ninguém para além de uma pessoa que não existem há demasiado tempo?
Estou sufocada de ideias, partilhas que preciso fazer e ao mesmo tempo que me esgotam de as partilhar e de as sentir.
Colecciono desilusões e as esperanças morreram-me. Um dia planeei-me casada e com filhos e uma puta de uma vida que hoje não quero nem oferecida. E hoje não me revejo nessa imagem. Nem em nenhuma.
Vejo-me velha e sozinha. Vejo-me nova e sozinha. Vejo-me no cinema, nos concertos, vejo-me perdida numa vida profissional qualquer sem interesse, vejo-me a atrair as pessoas porque sou estranha, vejo-me a repugná-las porque sou estranha, vejo-me a invadi-las mesmo sem querer. A semear ideias, a corromper inocências, a transformar tudo por completo.
Eu quero mesmo a mesma pessoa anos a fio? Poderei não me cansar de viver? Poderei não acordar oprimida porque as pessoas têm funcionamentos que não me fazem sentido?
Eu quero mesmo pessoas diferentes? Apenas porque a espaços me exercem fascínio? Eu quero mesmo estar sozinha?
Eu conseguirei fazer seja o que for que quero?
Sou cada vez mais aguda. Cada vez mais diferente, cada vez mais escondo quem sou. Deixo as pessoas pensarem o que querem. Mantenho-as prudentemente fora do meu alcance.
Preciso digerir isto tudo e estabilizar-me? Preciso mesmo? Ou preciso agudizar-me ao limite, aprofundar e descer mais profundo, algures onde se escondem as respostas e o meu ser.
Preciso angustiar-me? Preciso quebrar esta imagem, preciso soltar-me, abrir as asas e voar?

Desde quando é que sobrevalorizei uma estabilidade de merda? Nunca estive estável mas fiz um sem fim de sacríficios para me estabilizar. Optei por rumos que me pareciam mais estáveis e mais normais. Reneguei-me porque precisava de estar calma num qualquer café, a falar de merda sem interesse nenhum. Porque precisava sentir-me capaz de ser igual a tantos outros, quando não sou. Eu não sou ponta de coisa nenhuma quando sou tudo ao mesmo tempo.
E 6 anos depois ouço "nunca reparei que eras revoltada". Não?? Pah então onde andou 6 anos? Incrivelmente as pessoas não me conhecem e pensam domar-me.
Consigo fingir que não tenho vontade de partir tudo à minha volta. Mas existem intensidades que a minha psique não aguenta simular. E que não quer simular neste momento.
Não vou dizer que está tudo bem. Não vou dizer que acredito em mentiras. Não vou dizer que quero brincar às casas. Não vou dizer que sou umapessoa com um feitio fácil, porque eu sou difícil. E não, não me apeteceu perguntar nada, quando não há nada para perguntar.
Chega de merda, chega de estabilidade, chega de paz podre, chega de dizer que está tudo porreiro.

Está na altura de entrar para dentro.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Mimimiiiii

Notícia de Natal

Culpa das duas Fs's certamente...


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Salvador Dali

“The only difference between me and a madman is that I’m not mad”

Salvador Dali

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

As Escolhas da Perca - Martin Solveig

Para animar a malta :)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Viagem na Perca

Está na altura de fazer uma viagem interior. Está na altura de arrumar o passado. Por muito que ele me habite na retina e o veja em flashes durante o dia, não posso continuar "zangada" como diz a fs3. Tenho de me curar para voltar a viver.
Um dia sei que vou fechar os olhos, e quando os abrir vou pensar "já passou". Look far into the distance.
Vamos lá a ver se isto ajuda :)

Constatação

“The opposite of a correct statement is a false statement. The opposite of a profound truth may well be another profound truth.”

Niels Bohr

Dedicado ao Mr C

“Perfection is achieved, not when there is nothing more to add, but when there is nothing left to take away”

Antoine de Saint Exupery

sábado, 18 de dezembro de 2010

Ruy Belo - Mas que sei eu

"Mas que sei eu das folhas no outono
ao vento vorazmente arremessadas
quando eu passo pelas madrugadas
tal como passaria qualquer dono?
Eu sei que é vão o vento e lento o sono
e acabam coisas mal principiadas
no ínvio precipício das geadas
que pressinto no meu fundo abandono
Nenhum súbito lamenta
a dor de assim passar que me atormenta
e me ergue no ar como outra folha
qualquer. Mas eu sei que sei destas manhãs?
As coisas vêm vão e são tão vãs
como este olhar que ignoro que me olha"

As escolhas da Perca - Alex Cornish

As Escolhas da perca - La Roux

But our communication is telepathy :)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

As Escolhas da Perca - The Script

"But we're gunna start by drinking old cheap bottles of wine
Sit talking up all night
Saying things we haven't for a while, a while yeah
We're smiling but we're close to tears
Even after all these years
We just now got the feeling that we're meeting
For the first time"

Thanks :)*


O Click

Depois de desligar o modo de auto-destruição as coisas pareceram-me mais simples. Obrigada pela paciência :)


Relativamente à decoração da parede bom, deixo uma dica "sinistra" :

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Lifehouse - Broken

É mais ou menos isto.

Revolta na Perca

Dizia-me ontem a fs3 que lhe parecia revoltada. Parecia e estou. Corres-me nas veias, consegues sentir até na minha voz a ira que agora me trespassa sem motivo aparente.

Penso em vários motivos. Encontro muitos e subitamente não encontro nenhum. É duro este exercício de tentar tirar significado dum passado fragmentado. Pensei em tempos que me faria sentido. Agora, sei-o, não tem sentido algum.

E depois há o vazio. É ingente. Tem sido preenchido pela revolta imensa que me consome nos momentos que me esqueço de ser o "eu diplomata" ou o "eu construção social". E vivo intrigada com isto. Com o princípio, o meio, e o fim. Com as palavras, as ditas e as que ficaram por dizer. Com o que sinto, com o que deixei de sentir, com o que temo que nunca mais vá sentir. Contigo, o meu erro mais crasso, que me está a custar tanto a digerir. Com as tuas mentiras e a vida que nos planeaste (?) onde me destruí de forma lenta e voluntária.

Certeza tenho apenas que me levaram uma parte de mim. Levaste-a contigo. Não o devia ter permitido, mas alguém, com genuínos dotes de prestidigitador, conseguiu levá-la consigo e deixou-me um qualquer coelho branco para me entreter. Entreguei a menina à pessoa errada e não me perdoo por isso.

É o choro dela que me alimenta esta revolta imensa. Não sei ao certo para onde a levaram, não sei se conseguirei recuperá-la. O que me falta é apenas e tão somente isso: a menina que me habitava. Ela é o meu mundo, mas aquele que poucos conhecem.

Já dizia V.F. para não ignorares a criança que vive em ti. E estava certo. Com ela foram os meus sonhos, as minhas esperanças, os meus sorrisos. Com ela partiu o que eu tinha de mais inocente e genuíno. O luto que faço é mais por ela do que por mim, que deveria ter sido bastante mais assertiva do que fui.

O meu tesouro mais bem guardado foi-me retirado duma só vez, num golpe lancinante. Não me apercebi a tempo. Estou perdida como nunca estive. A mulher à procura da menina, sem rumo. Porque era a menina que ensinava o rumo à mulher. Porque o sentir estava com ela, e o pensar estava comigo.

Julguei que eras um menino, mas não. És apenas um ser humano falso, carente e desequilibrado, a funcionar pela teoria dos sucedâneos. Mas guardo de ti imagens de um falso menino que me angustiam profundamente e me fazem acreditar, com convicção, que jamais conseguirei ter alguém assim. Porque aquilo que eras foi formatado por mim, ponto por ponto. Como fazê-lo de novo? E tudo mentira. Fragmentos de uma criação tão pura esvoaçam agora em memórias que me obrigo a esquecer.

Gostava de poder ser essa menina outra vez, para que, nos intervalos em que sou mulher, pudesse voltar a ser feliz.
E tenho um aperto enorme no peito porque, acima de tudo, falhei a mim própria, quando precisei de mim.

Miguel Torga - Exortação

Para a fs1 e a fs3 :) Não é assim?

"Em nome do teu nome,
Que é viril,
E leal,
E limpo, na concisa brevidade —
Homem, lembra-te bem!
Sê viril,
E leal,
E limpo, na concisa condição.
Traz à compreensão
Todos os sentimentos recalcados
De que te sentes dono envergonhado;
Leva, dourado,
O sol da consciência
As íntimas funduras do teu ser,
Onde moram
Esses monstros que temes enfrentar.
Os leões da caverna só devoram
Quem os ouve rugir e se recusa a entrar.

U


In the world you made me believe...

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

História de Vida na Perca

Somos ou não somos mais ou menos assim?

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Pensamento do dia

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Facto

Ainda que apagues todos os caminhos que te trazem até mim, a tua alma conseguirá sempre apontar a direcção da minha mesmo no mais profundo escuro.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sal das feridas

Vivo na tua retina. Presa no momento antes do orgasmo.
Vivo suspensa na tua respiração. Sempre que te recordo,
a minha imagem solta-se da tua memória
para o agreste do teu presente. Quando o sentimento
me agride a garganta, ouves o teu nome e as palavras
que guardei dentro de ti. Vivo na tua desesperança.
No intenso da tua negação. Sempre que te aprisiono
é o meu sorriso que tolda a tua linha de pensamento.
O teu olho desvia-se da rota que lhe desenhaste
para se quedar na perfeição da nossa ligação.
Em todos os momentos que juras jamais saber
os meus pontos finais e as reticências.
Em cada segundo que lhe seguras as ancas
é o meu gemido que ouves.
Vivo no vislumbre de um raio de sol, mesmo quando
garantes a liberdade do teu coração, mesmo quando
prometes as promessas com que agrilhoas a vontade.
E se alivias a pressão com que finges sonhar
são os meus lábios no teu sexo, é a minha língua
na tua barriga, é a minha mão na tua pele.
Vivo no escuro da tua alma.
A minha mente seduz a tua indecisão, a angústia
que te embala as vontades, o pulso com que
resolves as aparências. O perigo do meu ventre.
O sabor da minha inocência perdida.
O trago amargo do sangue.
Vivo no sal das tuas feridas.

Arco-Íris na Perca


Hoje deixo-vos uma breve reflexão.

Desde pequena que o arco-íris é, muito possivelmente, um dos fenómenos da natureza que mais me suscita interesse. A explicação do fenómeno não parece ser particularmente complexa, mas também acaba por não ser o mais relevante. O arco-íris acaba por funcionar, ainda que de forma tácita e subliminar, como uma parábola da minha própria existência.

Em boa verdade, o que sempre me intrigou foi nunca conseguir ver um arco-íris completo, mas apenas a sua visão parcelar. Nunca consegui balizá-lo. Nunca acedi ao todo, apenas a uma (qualquer) parte. Isto causava-me uma certa sensação de "incompleto".

Mais tarde, noutros raciocínios subsequentes, constatei que também não lhe conseguia ver o fim (que, segundo alguns livros que li na infância, seria um local longínquo e teria por lá tesouros).


Hoje consigo perceber que o arco-íris poderá efectivamente ter um fim, mas não determinado por mim, ou pelos meus critérios visuais.
Princípio e fim são, neste particular, duas dimensões que dependem intrinsecamente duma outra: a perspectiva de onde se observa.

Pondo de parte os pormenores, centramos-nos no todo que, sendo parcelar ou não, tem tamanho suficiente para me maravilhar. Eu estava tão presa nos pormenores que não me cansei de o tentar delimitar, procurando hipotéticos fins e princípios, que me esqueci do mais importante: a cor. Hoje reconheço-o, porque sinto a falta daquilo que um dia me habitou e já há muito partiu. A vida tem de ser vista de várias perspectivas e não é balizável, aprendi-o tarde demais.

Mas honestamente, já pouco importa. Contento-me com estas reflexões carregadas de cinza, como diria fs1. Porque afinal o que agora
me prende a atenção no arco-íris são efectivamente as suas cores, e não as explicações esotéricas e as racionalidades afins em que me esgotei ao longo dos tempos.
Hoje a vida já não é uma equação (x+y = z), é todo um sistema de equações que o universo preparou para mim e não, nem nunca terei, sabedoria para resolver. Devo aceitar o curso da vida, apenas isso, tudo o que afinal nunca soube fazer, sempre a querer predizer o que não tem predição possível.
E pensando em tudo isto, o Arco-Íris. É nele que encontro o colorido que perdi em mim, e há uma certa nostalgia nisso. Traz-me mais de passado do que de futuro esta constatação, e isso preocupa-me. Mas, como referi noutro texto, esta é apenas a evidência duma esperança esgotada, dissipada ao longo dos anos em que estive entretida a fingir ser quem não sou. Sobrou-me apenas alguma (pouca) vontade para me votar a certas reflexões retóricas, como esta, espaçadamente.

Talvez por isso me detenha com questões menores, porque a vida exige muito mais de mim do que a minha existência monocromática terá para dar presentemente. Ainda assim, começo a temer seriamente que o arco-íris que habitava em mim tenha partido para sempre, ou que alguém o tenha levado sem pedir, que é o mais certo.

Um dia irradiei um arco-íris. Hoje, votada ao lúgubre mundo do cinza, espero ao menos que alguma nuvem simpática me acolha.

sábado, 27 de novembro de 2010

Cinza

Estou entupida de ideias. E de palavras.
Há tanta coisa que quer sair, delinear um qualquer raciocínio que é pertinente e encerra um capítulo.
Sinto pressão nas têmporas, letras que ruem de encontro à pele.
Há apenas uma verdade: o tempo pesa-nos nos ossos.
Ouço-te distante, e todas as frases são mentiras e falácias com que enredas os fracos de espírito.
Nessas mentiras algures, no meio de tantas letras e pontos finais, existem verdades. E eu devia decantá-las, trazê-las à luz do escrutínio da mente.
Mas estou tão perfeitamente queda. Não posso pensar ainda mais do que já o faço, nos intervalos do som das teclas em cadência.
Eu sempre pensei demasiado. É um vício que nunca irei abandonar. Os homens definem-se pela sua paixão. A minha é entender e desafiar as possibilidades, agrupá-las, catalogá-las. Despi-las de fronteiras.
Pensava demasiado e sonhava demasiado, fosse durante o sono ou no tempo que separa uma estação da outra.
Hoje, mais do que nunca, não faço puta de ideia do meu futuro. Mas a solidão parece-me uma saída tão viável como qualquer outra.

Incrivelmente sei que um dia não me farás qualquer sentido, e as tuas arestas serão apenas mais umas arestas entre muitas outras e não o repouso do meu coração.
Um dia, não serás mais que bolor e inexactidão. E isso ainda me dói. Dói-me a garganta, que se estreita perante a ideia de um dia todo o amor que senti não ser mais que uma fantasia absurda e fatal.
E o que é o amor hoje em dia? Uma merda qualquer. Não faço ideia. Há várias nortes aos quais perdi o rumo.

Amanhã estarei numa casa com um gato nos pés e um frio imenso nas mãos. Nos móveis não vão existir fotografias. Também não existirão mágoas. Essas, guardo-as para quem sente.
E neste mundo, garanto-te, ninguém sente ponta de coisa nenhuma.

As linhas estendem-se à minha frente e cada vez a bruma é mais espessa. Trabalho muito e ganho pouco. Estudei muito e o resultado prático disso é um futuro de merda. Ou uma inexistência de futuro.
As pessoas pensam que me conhecem. Pensam diversas coisas, elas pensam inclusivamente que pensam. Mas não têm sequer a noção do que é pensar, acordar com o pensamento a quebrar as têmporas, a rasgar a língua.
Ideias e pensamentos, fios condutores que são intermináveis.
É 1a da manhã e quero esquecer que um dia te amei.

E depois, existe toda a crise económica. Que a mim me parece uma crise de valores. E a crise de sentimentos. A crise de cores. As pessoas são cinza. O mundo inteiro é cinza. E cinza é porreiro, não digo que não.
As pessoas não passam de um momento particularmente aborrecido no mapa de Deus.
Cinza é uma merda. É o que é.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Reboot

Quando eu era mais jovem não era uma pessoa particularmente crente no destino. Em parte percebe-se o porquê. Tinha ainda muitos aninhos de juventude pela frente, objectivos por cumprir, um manancial de sonhos (deveras irrealizáveis), muitas questões, poucas respostas e, fundamentalmente, uma esperança enorme que me corria nas veias e me impelia a viver a vida com emoção.

Hoje, alguns anos volvidos, o cenário alterou-se ligeiramente. A juventude vai-se atenuando no passar dos anos e tento fingir que já sou uma mulherzinha (uns dias melhores que outros, parece-me). Os objectivos atropelam-se mutuamente, independentemente de ser tangíveis ou não. Os sonhos tenho-os durante a noite, nos dias em que me consigo lembrar deles (ainda que parcelarmente), e por vezes transformam-se em pesadelos, condicionando-me o estado de espírito do dia que se vai iniciar. Já não tenho tantas questões e já vou tendo algumas respostas mas, infelizmente, tenho agora questões bem mais complexas às quais, possivelmente, nunca conseguirei responder de todo. Quanto à esperança ... bom, essa esgotei-a toda durante o percurso. Hoje opero unicamente com base no princípio da realidade.

Faço este pequeno preâmbulo apenas para me posicionar perante a minha situação actual. Uma pequena frase provocou-me um autêntico reboot. Subitamente, foi como se me tivessem retirado um conjunto de informações abruptamente, um bloco inteiro de passado que se diluiu na minha memória. Faço um esforço enorme para me recordar das coisas e do seu encadeamento, para perceber o que me incomodou e tentar aferir a sua magnitude, mas não consigo. Ficou um vazio que não consigo explicar, pura e simplesmente. E dos poucos raciocínios que consegui estruturar com o mínimo de sentido lógico, só um me pareceu coerente: o destino.

Afinal de contas, sendo descrente em tudo o resto, sou hoje crente no destino. Fazendo um pouco o papel de espectadora da minha própria vida, consigo observar uma pequena coincidência que é a resposta directa à questão que eu coloquei. A curiosidade é que eu tinha a resposta comigo, ainda que de forma subliminar. Falo duma pequena sequência de eventos que, agregada, passou a fazer sentido num determinado contexto.
Mas a vida também é isto, estar atento aos pormenores, mesmo aos mais ínfimos. Faz-me lembrar aquela típica cena num filme em que poucos vão reparar, mas que encerra em si todo o significado da trama.
A decomposição das palavras por vezes é caricata. Em tempos chamaste-me a mim o que hoje lhe chamas a ela. O destino passou-me uma mensagem tão subliminar e tão arguta numa fase em que eu estava demasiado alienada para a entender. Viver a vida que os outros idealizam para nós às vezes dá nestas situações: sai de cena quem não é de cena.



sexta-feira, 19 de novembro de 2010

As Escolhas da Perca - Brandow Flowers

Período de turbulência e dúvidas pelo IC. Eis uma banda sonora.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Fernando Pessoa - Já não me importo

A avaliar pelas imagens de satélite é mesmo melhor ficar quietinha.

"Já não me importo
Até com o que amo ou creio amar.
Sou um navio que chegou a um porto
E cujo movimento é ali estar.

Nada me resta
Do que quis ou achei.
Cheguei da festa
Como fui para lá ou ainda irei

Indiferente
A quem sou ou suponho que mal sou,

Fito a gente
Que me rodeia e sempre rodeou,

Com um olhar
Que, sem o poder ver,
Sei que é sem ar
De olhar a valer.

E só me não cansa
O que a brisa me traz
De súbita mudança
No que nada me faz."

As Escolhas da Perca - Bryan Adams

Um tributo ao passado que me fazia bastante mais sentido que o tempo presente.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

In Memoriam - Reinaldo Ferreira

Já que eu não me consigo exprimir em condições (parece que o IC anda com sonhos agitados), deixo aqui uma sugestão de quem o fazia bastante bem.

Contente nunca estou; feliz não sei


"Contente nunca estou; feliz não sei
Se existe alguém ou neste ou noutro mundo.
Vou para o Nada, sou do Nada oriundo,
E entre dois Nadas desventura é Lei.

Da cobarde esperança emancipei
A previsão do meu destino imundo.
Sou consciente do mal em que me afundo,
E consciente do mal continuarei.

Nem revolta me fica, apenas pressa
De me tornar por fim parada peça
No cósmico rolar nefasto e louco.

Depois quero dormir um sono enorme
Que para uma aflição que nunca dorme,
A Morte, temo bem que seja pouco."


Regresso de parte alguma


"Regresso de parte alguma
Rico mais do que partira,
Pois trago coisa nenhuma
Sem desespero e sem ira.

Agora vivo contente
No meu exílio sereno;
Tomei tamanho de gente
E não me dói ser pequeno.

Pedra parada na calma
Tranquilidade dos charcos,
Deixem dormir minha alma,
Como apodrecem os barcos."

The Gossip - Love and let love

It's a long long way to February... Parece que o mês ganhou algum valor sentimental para mim :\

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Florence and the Machine

Já conhecia a música mas agrada-me esta versão :)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Shontelle - Impossible

Fs3, esta está a tentar entrar.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Raul de Carvalho - Coração sem Imagens

Ainda tenho dias assim.

"Deito fora as imagens,
Sem ti para que me servem
as imagens?

Preciso habituar-me
a substituir-te
pelo vento,
que está em toda a parte
e cuja direcção
é igualmente passageira
e verídica.

Preciso habituar-me ao eco dos teus passos
numa casa deserta,
ao trémulo vigor de todos os teus gestos
invisíveis,
à canção que tu cantas e que mais ninguém ouve
a não ser eu.

Serei feliz sem as imagens.
As imagens não dão
felicidade a ninguém.

Era mais difícil perder-te,
e, no entanto, perdi-te.

Era mais difícil inventar-te,
e eu te inventei.

Posso passar sem as imagens
assim como posso
passar sem ti.

E hei-de ser feliz ainda que
isso não seja ser feliz."

Klepth - Tudo de Novo

Para as duas fs's. Esta deu-me que pensar.

domingo, 3 de outubro de 2010

In Memoriam - Antero de Quental

Amor Vivo

"Amar! Mas
de um amor que tenha vida...
Não sejam sempre tímidos harpejos,
Não sejam só delírios e desejos
De uma doida cabeça escandecida...

Amor que viva e brilhe! Luz fundida
Que penetre o meu ser - e não só beijos
Dados no ar - delírios e desejos -
Mas amor...dos amores que tem vida...

Sim, vivo e quente! E já a luz do dia
Não virá dissipá-lo nos meus braços
Como névoa da vaga fantasia...

Nem murchará do sol a chama erguida ...
Pois que podem os astros dos espaços
Contra uns débeis amores... se têm vida?"

sábado, 2 de outubro de 2010

Os dias em que morro dentro de mim mesma

Espaços. Dentro do coração.
Espaços dentro da alma, que desenham ausências nas mãos.
Espaços em que grito e me silencio.
Abarco as injustiças, os medos, as demências, os teus sonhos
e os meus. Num abraço mudo.
Fendas. Que rompem as tapeçarias com que vesti
as paredes da casa. Da mente. Das palavras.
Eu ainda sou tão eu.
Num quarto, numa casa, num momento pálido.
E por vezes o vermelho atravessa o tempo.
Alcança-me. Poderoso. O destino é medíocre
e eu talvez possa ser feliz dentro da mediocridade
de um país falido, de uma moralidade negada, de um coração
roto por dentro. Espaços.
Espaços em que consigo ser eu.
Espaços em que o amanhã é agora.
Espaços. Rasgões. Vislumbres. Lágrimas. Risadas.
Sentimentos. Eu ainda sei sentir.

A morte tão perto e tão longe. Ainda não. Ainda não ganhei o direito de cair numa queda eterna e maternal.
A morte a espaços.
Os dias em que morro dentro de mim mesma.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Grito

No dia em que perder a capacidade de me revoltar e deixar a indignação inflamar-me as veias, é um dia que morri para o mundo. Ainda não chegou.
Ainda sei gritar no silêncio.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

In Memoriam - Sophia de Mello Breyner Andresen

Dedicado à fs1.

Ausência

"Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua."

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Reflexão de Outuno

Já há muito tempo que não escrevia por aqui, não necessariamente por falta de ideias ou inspiração, mas mesmo por falta de vontade. O "grito" da fs3 foi um trigger para este meu pequeno desabafo.
Tenho aproveitado os últimos meses para por as ideias em ordem, embora o processo se paute com avanços e recuos. Invariavelmente, volto ao ponto de partida e capacito-me que podia (e devia) ter feito muita coisa diferente, que devia ter ouvido as opiniões certas em detrimento das erradas, que devia ter agido duma determinada forma e não de outra. Mas o tempo passa e cometo incessantemente os mesmos erros e, por muito que me esforce a tentar entender, não me ocorrem mais porquês. Não sei se é idiossincrático, se será algum ataque de estupidez que me tolda o pensamento de tempos a tempos, ou qualquer outro factor desconhecido que me impele a cometer disparates consecutivos ou, mais grave talvez, algum mecanismo de defesa perverso e autofágico que me induz a cometer erros para poder reflectir sobre eles à posteriori. Bom, honestamente não sei. A única boa notícia é que, pelo intermédio, voltei a mim e recuperei a capacidade de me auto-avaliar. A minha forma de ver os outros mudou radicalmente, muito por força desse coisa maravilhosa que é a comparação social. Já existem vozes que me ferem os ouvidos só de as pressentir. São já demasiados os discursos que não consigo digerir. Depois há variantes disto: vozes desagradáveis com discurso erudito, vozes simpáticas a dizer coisas sem sentido. E eu sinto o vazio enorme de pertencer a todo o lado sem pertencer a parte nenhuma.

Mas, subitamente, eis que me surge uma epifania: sei claramente aquilo que procuro, só não sei onde o encontrar. Até lá vou ver se me dedico a pessoas que me obriguem a pensar, na verdadeira acepção da palavra. Quanto às outras, aconselho a que sigam o exemplo deste unicórnio.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Pablo Neruda

Há muito tempo atrás num outro reino alguém me escreveu e me entregou estas palavras no interior de um documento aparentemente nada relacionado com esta poesia.

A coisa intrigou-me e nesse momento percebi que independentemente daquilo que eu fosse, ser era em si um grande objectivo... E passei a SER cada vez mais da maneira que sei SER...

Depois procurei estas palavras muito tempo, lembrava-me pouco delas, não conseguia ir seu ao encontro.. e elas agora vieram ter comigo quando voltei a duvidar do que estava a SER...


Portanto... hoje posso voltar a gritar que... SOU..

E vocês.. por favor... SEJAM!!!


E bem-hajam por isso.


Sê (Pablo Neruda)

Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.


Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Ferida

Por muito que me firas, nada, mas nada, poderá roubar-me as palavras.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Contradições





Não posso
Não é possível
Digam-lhe que é totalmente impossível
Agora não pode ser
É impossível
Não posso.
Digam-lhe que estou tristíssimo, mas não posso ir esta noite ao seu encontro.


Contem-lhe que há milhões de corpos a enterrar
Muitas cidades a reerguer, muita pobreza pelo mundo.
Contem-lhe que há uma criança chorando em alguma parte do mundo
E as mulheres estão ficando loucas, e há legiões delas carpindo
A saudade de seus homens; contem-lhe que há um vácuo
Nos olhos dos párias, e sua magreza é extrema; contem-lhe
Que a vergonha, a desonra, o suicídio rondam os lares, e é preciso
reconquistar a vida
Façam-lhe ver que é preciso eu estar alerta, voltado para todos os caminhos
Pronto a socorrer, a amar, a mentir, a morrer se for preciso.
Ponderem-lhe, com cuidado – não a magoem... – que se não vou
Não é porque não queira: ela sabe; é porque há um herói num cárcere
Há um lavrador que foi agredido, há um poça de sangue numa praça.
Contem-lhe, bem em segredo, que eu devo estar prestes, que meus
Ombros não se devem curvar, que meus olhos não se devem
Deixar intimidar, que eu levo nas costas a desgraça dos homens
E não é o momento de parar agora; digam-lhe, no entanto
Que sofro muito, mas não posso mostrar meu sofrimento
Aos homens perplexos; digam-lhe que me foi dada
A terrível participação, e que possivelmente
Deverei enganar, fingir, falar com palavras alheias
Porque sei que há, longínqua, a claridade de uma aurora.
Se ela não compreender, oh procurem convencê-la
Desse invencível dever que é o meu; mas digam-lhe
Que, no fundo, tudo o que estou dando é dela, e que me
Dói ter de despojá-la assim, neste poema; que por outro lado
Não devo usá-la em seu mistério: a hora é de esclarecimento
Nem debruçar-me sobre mim quando a meu lado
Há fome e mentira; e um pranto de criança sozinha numa estrada
Junto a um cadáver de mãe: digam-lhe que há
Um náufrago no meio do oceano, um tirano no poder, um homem
Arrependido; digam-lhe que há uma casa vazia
Com um relógio batendo horas; digam-lhe que há um grande
Aumento de abismos na terra, há súplicas, há vociferações
Há fantasmas que me visitam de noite
E que me cumpre receber, contem a ela da minha certeza
No amanhã
Que sinto um sorriso no rosto invisível da noite
Vivo em tensão ante a expectativa do milagre; por isso
Peçam-lhe que tenha paciência, que não me chame agora
Com a sua voz de sombra; que não me faça sentir covarde
De ter de abandoná-la neste instante, em sua imensurável
Solidão, peçam-lhe, oh peçam-lhe que se cale
Por um momento, que não me chame
Porque não posso ir
Não posso ir
Não posso.



Mas não a traí. Em meu coração
Vive a sua imagem pertencida, e nada direi que possa
Envergonhá-la. A minha ausência.
É também um sortilégio
Do seu amor por mim. Vivo do desejo de revê-la
Num mundo em paz. Minha paixão de homem
Resta comigo; minha solidão resta comigo; minha
Loucura resta comigo. Talvez eu deva
Morrer sem vê-Ia mais, sem sentir mais
O gosto de suas lágrimas, olhá-la correr
Livre e nua nas praias e nos céus
E nas ruas da minha insônia. Digam-lhe que é esse
O meu martírio; que às vezes
Pesa-me sobre a cabeça o tampo da eternidade e as poderosas
Forças da tragédia abastecem-se sobre mim, e me impelem para a treva
Mas que eu devo resistir, que é preciso...Mas que a amo com toda a pureza da minha passada adolescência
Com toda a violência das antigas horas de contemplação extática
Num amor cheio de renúncia. Oh, peçam a ela
Que me perdoe, ao seu triste e inconstante amigo
A quem foi dado se perder de amor pelo seu semelhante
A quem foi dado se perder de amor por uma pequena casa
Por um jardim de frente, por uma menininha de vermelho
A quem foi dado se perder de amor pelo direito
De todos terem um pequena casa, um jardim de frente
E uma menininha de vermelho; e se perdendo
Ser-lhe doce perder-se...
Por isso convençam a ela, expliquem-lhe que é terrível
Peçam-lhe de joelhos que não me esqueça, que me ame
Que me espere, porque sou seu, apenas seu; mas que agora
É mais forte do que eu, não posso ir
Não é possível
Me é totalmente impossível
Não pode ser não
É impossível
Não posso.


Vinicius de Moraes

sábado, 5 de junho de 2010

um dia

Um dia não só vou esquecer-te como deixarei de te recordar.

domingo, 18 de abril de 2010

Músicas na PERCA - Sugestões

Deixo algumas sugestões de interesse para sua FS1...







A Perca - Versão Artística

Falem-me deste peixinho...

sábado, 17 de abril de 2010

As escolhas da PERCA - Miley Cyrus

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Labirinto

Abarco as ausências como quem abraça o silêncio.
Construo palavras, pontes entre mim e os outros.
Explico-me, redefino-me.
Reinvento-me.
Apago-me inteira.
Quem era, deixei de ser há muito.
Aos poucos morri dentro de mim.
E renasci menos eu.
Outrora conheci medos e sentimentos
que me corroeram o coração.
Sentia toda a intensidade lavar-me,
era imensa e sabia tocar a parte mais suave
da alma.
Hoje sou apenas parte do que fui.
E nessa parte, escondo-te.
Na tua mente, existe um labirinto.
Vejo-te percorrê-lo tantas e tantas vezes.
Escondo-te.
Guardo-te, recluso no coração.
E esqueço-te. Dentro do ventrículo.
Não fales. Não sussurres. Não sonhes.

Quem era, deixei de ser há muito.
Morri dentro de mim.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Deus tem observado suas lutas - O Genuíno

Recebi esta maravilha via mail. Presente para sua FS1.

"Deus tem visto suas Lutas.
Deus diz que elas estão chegando ao fim.
Uma bençao está vindo em sua direção.
Se você crê em Deus, por favor envie esta mensagem para 20 amigos.
Não ignore, vc está sendo Testado!!!!

Se acredita em Deus envia esta mensagem a 20 pessoas,
se rejeitar lembre Jesus disse:
"se me negas entre os homens, te negarei diante do pai "
Dentro de 4 minutos te dirão uma noticia boa."

terça-feira, 2 de março de 2010

Irreal




O que fazemos quando a moral, tudo o que nos ensinaram e aprendemos enquanto crianças subitamente se torna tão torpemente irreal?
Quando o corpo pede e a alma se atira num abismo de frieza e se esconde de nós?
O que fazemos quando tudo o que restam são incógnitas, becos, amarguras?
O que fazemos quando o destino surge tatuado nas ruas, nas falésias, nos pedaços de nós no mundo?
Tudo o que quero é não querer desta forma.
Ser linear e simplista. Quero acreditar e ter fé e ser banal.
Nestes dias, tudo o que quero é não ser Eu.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Ne-Yo - Never Knew I Needed

Sua FS1 não ligou muito a esta não sei porquê...

"Deus tem observado suas lutas" - O Regresso


Esta é dedicada a ti FS1. Basicamente, serve para desmistificar a histórias das chain. Certamente que entenderás o porquê ;) Mas o mais grave, parece ser um princípio orientador do IC.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Amizade

Esta é para ti fs.

A chama

Irrompo no mundo como uma chama incandescente de raiva e absolutismo.
Trago-te o comovente sussurrar da paixão.
O infalível sorriso da tristeza. O trago amargo da verdade.
Aflijo o coração de Deus com as lágrimas com que
provo as falhas da humanidade. Movo o corpo
languidamente, a pele inundada de memórias, sei como
te inflamar o sexo e o laço. Sei como te trazer até mim,
sei de cor o que dirás, o que farás, a urgência das mãos,
os lábios a rasgarem-me o isolamento.

Irrompo no seio do destino, o grito, a impaciência,
o tempo entre um suspiro e o orgasmo, a ternura de
mãos que se conhecem. O sol e lua. A flor que desperta
a Primavera. O nevão que anuncia a hibernação do ser.
Apaixonas-te por mim. Previsivelmente.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

As Escolhas da PERCA - 3Angle

Lembrei-me desta também...

As Escolhas da PERCA - Tambor

Ouvi no outro dia e achei muito interessante...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Nojo

Sinto-me tão profundamente desiludida com todos os que me rodeiam à excepção de fs2, que me apetece rasgar algo.
Arrancar de mim toda e qualquer réstia de interesse pelas pessoas que nem merecem um segundo olhar.
Afinal, todos tomam atitudes que em tempos juraram que jamais tomariam, pessoas cujo carácter jamais coloquei em questão.
Pessoas que tomei como sendo pessoas.
Humanas.
E como humanas que são, conspurcam tudo na sua passagem, surropiam o que de bom existe no ar.
Fingem-se superiores e assim avançam as suas miseráveis vidas.

Tudo me enoja. Tão profundamente.

Falta de equílibrio

Intriga-me como o meu cão se equilibra em 4 membros quando eu dificilmente o faço com 2.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

E vale a pena....???






sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Sogno



A realidade sempre foi mais fria que o sonho e as cores fortes da ilusão.
As cores com que embelezei a tua pele, vesti o teu corpo.
Recriei-te em mim e em mim não podias jamais ser outro
que não o homem mistério-eternidade.
O menino pertença-abismo.
Do teu sorriso recriei um arco-íris.
Das tuas mãos recriei todo um abrigo.
O espaço onde escondi todos os meus segredos
e evidências. De ti renasci e morri todas as noites
e todos os dias, marcada pela doença e pela intensidade
das emoções. E o tempo deixou de ser tempo.
E a terra deixou de ser terra.
E o dia nasceu em que os meus olhos não te reconheceram.
Em que os segredos te brotaram das impaciências
e vieram morrer-me aos pés, secos, negligenciados.
Era eu a fitar-te. Era Ela. Ela, que é imensa e fria.
Que tem olhos de fénix. Que tem asas de demónio.
Ela, que perfurou a ilusão com que te vesti e eras tão tu,
ali, tão banal, tão humano?
O coração estilhaçou-se-me em mil pedaços, a tua voz
a afirmar que é tudo normal, que noutros mundos,
outras mulheres também geravam desinteresse.
E o meu coração estilhaçado, ela altiva a observar-te,
a rir-se, a achar tudo tão ridículo, a murmurar-me que afinal
tu sempre foste apenas mais um pássaro a esvoaçar
dentro de uma gaiola. A tua mente curvada
perante o peso imenso da sociedade. E o meu coração,
que é Dela também, estilhaçado, a sorrir-se de aborrecimento
e nojo. E a alma acordou, esticou os filamentos entorpecidos
como quem acorda de um sonho demasiadamente longo,
a alma acordou, segurou o coração estilhaçado e eu entreguei-me
a Ela. E com os seus olhos tudo o que vi foi o comum.
Não me quedarei nua a teus pés,
os olhos sem véus, não mais.
A realidade sempre foi mais fria que o sonho e as cores fortes.
Da ilusão.
 

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