sábado, 6 de dezembro de 2008

Sonho

Hoje sonhei com o mar. Um mar aparentemente calmo. Que se encrespou. Que estremeceu. Que eu soube que nos ia engolir.
E fugi. E levei algumas pessoas comigo. Uma amiga. Antiga. Ainda amiga. Ou não? Um bebé. Do casal mais improvável.
A noite escureceu na praia. Mas não havia lua nem estrelas, porque a Lua recusou-se a ser testemunha da morte do Humano.
E fugi. Não sei para onde. Para longe do mar. Para longe dos humanos que começaram lentamente a enlouquecer.
Havia um monstro no mar. Foi a última coisa que me recordo antes de fugir. Eles diziam que era apenas um peixe. Mas não era (sim, não era uma PERCA nem nada que se parecesse).
Era uma ofensa. Que rugia. Que era maquinal. E o mar quis engolir-nos a todos.
Como quer tantas vezes nos meus sonhos.

Ainda assim, eu fugi. Para onde, não sei. Perguntava à minha amiga onde íamos dormir nessa noite. Quão longe do mar seria suficientemente longe do mar? Quão longe do ser humano? De nós próprios?
Lembro-me que separei a minha amiga da mãe, porque a mãe não era a mãe. Era a loucura. A aparente doença que estava a atingir o ser humano. Mesmo antes do mar.

No fim, sei que o mar tentaria engolir-nos a todos.

2 comentários:

fs2 disse...

Temo que o teu inconsciente tenha gerado uma espécie de alegoria. O mar ia engolir-nos a todos, o doença dos humanos era a loucura. Ou seja, sonhaste com sua madrinha, desta feita metamorfoseada em ondas do mar. Os meus pesâmes ;)

fs1 disse...

noto que partilhas da minha mágoa fs.
sonhei com sua madrinha :s e ausência de uma PERCA verdadeira :(

 

a perca © 2008. Chaotic Soul :: Converted by Randomness