quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

In Memoriam - Fernando Pessoa

A PERCA está a começar a desvelar alguns poemas inauditos do nosso Mestre...

"O sangue que circula em minhas veias
Vem do sol por seu ser.
Os mares que naufragam nas areias
Vêm da lua, porque os faz mover.

Meu sangue é por destino e condição
Superior ao que há
No externo sórdido mundo. O coração
Praias não usa, onde quebrará.

Assim, sem lhes tocar, domino as coisas
E do meu ser solar
Vejo as marés lunares como rosas
Que florem onde nada pode estar..."

6 comentários:

Anónimo disse...

Poema com muito interesse...
A verdade é que ao ler este poema em particular fez-me lembrar um teoria que avançei (lololololol) que horrorizou os meus doentinhos....
Ora vejamos....Como podem achar o sol, mar e praia como algo bonito....
1- Há cadáveres no mar....
2- Há embarcações lá bem no fundo...
3- Vulcões (enxofre e afins)...
4- Petroleo derramado...
5- O sol causa melanomas...
6- Na praia objectos sinistros e alforrecas...
7- Após pensar nos itens atras há a referir que existem uns bixarocos bons ... caraguejos que comem os cadáveres ...portanto nao nos chatiemos com o topico numero 1.

Assim sendo como é que alguem no seu pleno juizo me faz um poema com alusão a estas 3 maravilhas a comparar com partes do corpo humano. Bem neste caso também é melhor nem comentar a razão destas comparações...

fs1 disse...

loooool
noto k a nossa nova amiga é uma aquisição de mto valor na nossa perca.

Anónimo disse...

Onde anda Ricardo Reis nesta perca??
Mas serei obrigada a matarr Familias??

"Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassossegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o o bolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço."

Ricardo Reis

Anónimo disse...

P.s: Não chorem mais por comentários da minha pessoa.
Quanto mais choram menos comento

A mana é má, muito má, sabem pq? Porque vos privo de comentários de todo o rigor como este!
Muahahah!! (Ok menos, muito menos)

fs1 disse...

sua mana.
também gosto mto de ricardo reis.
mas se fôssemos como ele não mataríamos famílias e não andaríamos com polvos em recintos de todo o mimo.

;)

fs2 disse...

Então é pela ausência do Ricardo Reis que não nos visitas? Terás em breve uma surpresa! Fica sabendo que sou grande apreciadora de Ricardo Reis! E sim, já há Ricardo Reis na PERCA... procura lá bem ;)

 

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