Cubro-me com todas as palavras que nunca escrevi
e as que nunca me escreveram.
Deito-me, queda, de tal forma silenciosa
que nem eu ouço o peso imenso do silêncio.
No chão morrem desenhos que a mente
delineou. Morrem memórias e sonhos.
Cerro os olhos. Interrogo-me sobre a possibilidade
de dormir todo o Inverno.
O sono chega devagar. Um sono piedoso,
que me beija as pálpebras e os cansaços.
Penetro na infinitude de mundos
que habitam a perfeição do onírico.
Abandono o corpo morto. Abandono
as palavras que nunca escrevi.
Abandono também as que nunca me escreveram.
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1 comentários:
Acho que devíamos abandonar os sonhos de vida que insistimos chamar a nós e que, infelizmente, não nos pertencem.
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